O Dinheiro e a Realidade de Ouro

O dinheiro é um bom servo, mas um mau senhor. (Francis Bacon)

O Dinheiro e a Realidade de Ouro

Todos sabemos da grande importância do dinheiro para o funcionamento da nossa sociedade. Ele desempenha um papel importante e muitas vezes decisivo na escolha da formação, profissão, até na escolha de um cônjuge (em algumas tradições), na nossa decisão de ter filhos, etc. Em geral, pode-se dizer que grande parte da vida gira em torno do dinheiro.

Mas o que isso representa?

Podemos ver o dinheiro como uma forma de energia que pertence a essa ordem natural. Serve como intermediário para o intercâmbio de bens e serviços. As pessoas precisam de bens e serviços diversos e precisam fazer uso de igualmente diversos recursos materiais. No início de nossa cultura, na civilização grega, o filósofo Aristóteles afirmou que o dinheiro é necessário para se ter uma vida boa e equilibrada. Sócrates apontou um aspecto adicional de nossa existência ao dizer: Há um sol escondido em cada ser humano, e é nossa tarefa fazê-lo brilhar.

Não é possível combinar esses dois aspectos? Não podemos nos esforçar para ter um senso mais profundo da vida e usar o dinheiro para nos ajudar com seus aspectos materiais?

Em nosso tempo, vivemos em sistemas econômicos que permitem às pessoas acumularem tanto dinheiro ao ponto de não conseguirem gastá-lo durante toda uma vida. Isso dá poder, um melhor padrão de vida e alguma certeza na busca de objetivos. Muitas pessoas herdam uma tremenda riqueza; outros a adquirem em suas vidas. Alguns, por outro lado, não têm dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades básicas. O medo de perder dinheiro conduz muitos da condição de senhor a servo.

A vida na Terra é caracterizada pela inconstância e perecibilidade. O desejo de acumular recursos descartáveis ​​acaba por ser uma das ilusões da matéria. Nossa vida pode ser considerada como uma série de momentos na expressão do fluxo constante da vida em um universo sem fim.

O dinheiro tem suas origens no valor do ouro e da prata. O ouro era usado como meio de troca favorito. Este metal precioso era associado ao sol. Enormes processos cósmicos o levaram à Terra, assim como todos os outros elementos.

 

Sempre há algo faltando.

O dinheiro faz parte da nossa existência na terra. Mas nesta existência há sempre alguma coisa faltando; temos experiências de uma constante escassez em muitos aspectos. Continuamos lendo sobre a falta de energia. A real energia de que precisamos é o amor. Há uma constante escassez de amor.

As tradições espirituais afirmam que o ser humano veio à terra e assumiu uma forma material para acumular experiências. No decurso da materialização, perdeu o acesso à abundância de energia e amor do mundo espiritual.

Agora, o medo e a ganância sabotam o que há de melhor em nós. Quem quer viver em necessidade e pobreza? Há nobreza em nós; queremos realiza-la. Sem saber como, então tentamos acumular dinheiro.

Mas trata-se do ouro errado! Os alquimistas falavam do ouro da alma. O dinheiro se torna uma grande ilusão se permitirmos que ele ultrapasse o seu lugar. Podemos cavar pelo ouro que realmente precisamos. Está escondido em nós mesmos.

 

O dinheiro no processo de transformação

Em um caminho espiritual, podemos perceber que existimos e trabalhamos em dois mundos – o material e o espiritual. Isso significa que temos que lidar com forças e substâncias materiais e espirituais. O caminho humano é um caminho de constante transformação. Podemos, portanto, direcioná-lo para o mundo espiritual. Então, não estamos apenas mudando nossa própria consciência, mas também nosso modo de viver juntos. Existe uma conexão profunda entre todos nós. Sentir isso e agir de acordo com isso é o significado do amor.

O dinheiro tem sua importância como substância para troca. Nossa substância real para troca, no entanto, é o amor. Somos chamados a aplicá-lo para uma transformação consistente. O amor nos permite criar a realidade de ouro que já está presente em nós como a centelha espiritual de nosso ser mais íntimo, como o sol oculto em nós. E o dinheiro pode ser nosso servo, na medida em que estejamos precisando dele.

 

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Informação sobre o artigo

Data da publicação: março 20, 2018
Autor: Toncho Dinev and Gunter Friedrich (Germany)
Foto: Pixabay CC0

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