Autodesconhecimento

Um espaço obscuro, silencioso e vazio...

Autodesconhecimento

Ao me procurar

não me encontrei,

E me desconheci.

 

Procurei o que sou,

Encontrei o que não sou.

 

Procurei o que os outros pensam que eu sou,

Encontrei o que nunca fui.

 

Procurei o que eu gostaria de ser,

Encontrei o que jamais serei.

 

Pronunciei “Não Sou” muitas vezes,

E, cada vez, retirei um pedaço de mim.

 

Formou-se uma montanha de escombros,

E, na contraparte, um abismo profundo.

 

Olhei muitas vezes esse vácuo imperfeito,

Com espanto, mal estar e até com amargura.

 

Perguntei se haveria alguma essência real de mim,

Além do superficial, do condicionado, do trivial.

 

Mas percebi

– um dia –

que na procura do Ser encontrei o Não Ser,

Perfeito na sua indefinição, amorfo na sua perfeição.

 

Compreendi esse espaço obscuro, silencioso e vazio,

E o abracei sem medo ou emoção.

Na sua escuridão profunda poderei

– um dia-

ver cintilar a Luz Imperecível.

E na ausência absoluta do som poderei

– um dia-

ouvir a Voz do Silêncio.

 

Nesse momento, grandioso e belo,

conhecerei minha Verdadeira Essência.

Pois, apartada do Todo,

nunca fui, não sou e jamais serei.

 

 

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Informação sobre o artigo

Data da publicação: outubro 25, 2020
Autor: Grupo de autores Logon
Foto: Maxim Tulenev

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