Momento em que tudo vai desaparecendo aos poucos
– quando até eu me desvaneço –
e uma quietude pacífica vai chegando,
oculta por tantas eras.
É o momento em que o corpo dói
– tecido por lágrimas no caos do mundo –
e a alma emerge, em busca da Luz.
As formas vão se desfazendo com a respiração.
A mãe já não é mãe,
o pai já não é pai.
Seus filhos já não são seus.
Os papéis sociais vão ficando transparentes como vidro.
Passos ressoam no vazio.
O chão de pedra debaixo de seus pés perde o significado, suaviza-se.
Quando seu corpo sente como se fosse parte de todos os oceanos do mundo,
o conforto se manifesta a partir de dentro, como uma prece de despertar.
Só então você pode fechar suavemente os olhos
e sentir a vida — o chamado divino dentro do Silêncio.