Arte
A alegria vive
porque a vida insiste na alegria —
a que vem de dentro,
da fagulha divina
que arde no coração.
A alegria sussurra —
Canta baixinho,
às vezes só no peito,
como um segredo
entre o coração e o tempo.
Ela se esconde
Nas frestas da manhã,
no cheiro do pão,
na xícara quente,
na risada que escapa sem pedir licença.
É tímida, agora.
Mas não foi embora.
Anda descalça por entre os escombros,
recolhendo pedaços de beleza
que o mundo esqueceu.
Ela mora no toque leve —
na palavra certa,
no abraço sem pressa,
no olhar que diz:
“eu te vejo”.
E quem a cultiva…
mesmo cansado, mesmo ferido,
faz do mundo um lugar
onde a vida
é uma teimosia feliz.
E em cada canto onde ela passa,
acende uma luz
pequena,
mas viva!