Você já deve ter ouvido que todos carregamos dentro de nós uma centelha de luz. Não se trata da luz que percebemos no nosso cotidiano, tão familiar quanto seu oposto, a escuridão. É outra luz. Mas o que seria ela? Como a encontramos? Ela é real?
Histórias e mitos falam sobre essa luz, sobre uma realidade além da que conhecemos. Por séculos, tais lendas foram transmitidas entre pessoas, gerações e culturas. Desde crianças fomos apresentados a essa ideia em contos de fadas e mitos. São narrativas que transcendem barreiras culturais e linguísticas, onde o impossível parece existir. Histórias que parecem falar de algo maior, algo que talvez tenhamos esquecido, mas que ainda vive em nós como uma memória escondida e protegida. Uma faísca que nos remete a outra realidade, outro lugar.
De vez em quando, isso vem à tona. Pode emergir para nossa consciência como uma emoção ou uma moral que parece desconectada da experiência que está sendo vivenciada. Muitas vezes, surge em nossos momentos de maior desespero: é uma luminosidade nos trazendo esperança e nos encorajando a seguir em frente. Essa experiência, mesmo íntima, tem algo de enigmático. Não sabemos exatamente de onde veio, como aconteceu, mas é inegável que estava lá, foi real e verdadeira, ainda que efêmera.
Será que todos nós já sentimos isso em algum momento? No meio do caos do mundo atual, nunca tivemos essa percepção, por menor que fosse? Essa luz que não compreendemos e parece não pertencer ao mundo como o conhecemos, resgata-nos dos nossos abismos mais profundos. É algo que não conseguimos ignorar. Pelo contrário, começamos a desejar.
À medida que as coisas ao nosso redor se deterioram, passamos a ansiar e a nos lembrar disso cada vez mais. Começamos a reconhecê-lo internamente. Isso vai se tornando ativo, algo em que começamos a confiar. No início, lentamente, afinal é uma experiência nova. Mas ela cresce, como uma pequena chama que se intensifica à medida que a percebemos mais e mais. Aos poucos, essa luz em nosso interior nos revela uma nova realidade, uma realidade e sensação completamente diferentes e, ainda assim, profundamente familiares.
Claro, temos muitas sensações dentro de nós, muitas vozes com as quais talvez nos acostumamos ao longo da vida. Algumas nos ajudam, outras nem tanto. Mas agora o que temos é diferente. Algo em nós sabe que isso não emana deste mundo, mas abrange e transcende tudo o que conhecemos. É uma luz, uma luz brilhando na escuridão.
Veja também essa luz dentro de si, reconheça-a, permita que o desejo de luz cresça.